TRANSPORTE: 10 mil perderam emprego por causa do aumento do diesel no MS

Cerca de 10 mil trabalhadores do setor de transporte, no Mato Grosso do Sul, foram demitidos nos últimos meses por causa do aumento dos combustíveis e pelo baixo valor dos fretes. A informação é do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Mato Grosso do Sul (Setlog-MS).

A situação dos empregados e das empresas de transporte de cargas ainda pode piorar. É que, nesta segunda-feira, os motoristas passaram a pagar mais caro pelo litro da gasolina, do etanol e do diesel. O segundo aumento dos combustíveis, em 2015, foi autorizado no último dia 16, pelo Conselho Nacional de Política Fazendária, o Confaz, no Distrito Federal e em 15 estados. O Confaz é formado pelos secretários Estaduais de Fazenda e tem como presidente, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Em Mato Grosso do Sul, o litro do diesel pode ser reajustado em até 27 por cento, com preço médio para o consumidor de três Reais e 25 centavos. O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas, do estado, Cláudio Cavol, alerta que a combinação entre a alta dos combustíveis, recessão econômica e o baixo valor dos fretes pode gerar mais desemprego.

“No Mato Grosso do Sul, nós tivemos nos últimos quatro meses, mais de 10 mil demissões nesse segmento. O aumento foi muito grande e tem que repassar isso para o preço do frete. Acontece que, como há uma oferta excessiva de caminhões está muito difícil de repassar esse valor para o preço do frete. Nós não estamos mais conseguindo aguentar mais essa situação devido a essa conjunção: excesso de oferta de caminhões, uma recessão que se apresenta no país e o preço do combustível subindo lá nas alturas como está nesse momento”, destacou o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Mato Grosso do Sul, Cláudio Cavol.

No Distrito Federal, o preço do litro da gasolina saltou de três Reais e 19, para três e 47, em média. Nesta segunda-feira, em alguns postos da Capital Federal, o litro da gasolina era vendido a três e 54. Em São Paulo, o preço do litro da gasolina, aprovado pelo Confaz, é de três Reais e três centavos, mas nas bombas os motoristas já pagam cerca de três e 60. Para o economista, Renato Baumann, o governo federal demorou em reajustar o preço da gasolina porque tinha objetivo de conter a inflação. Ele explica que, para resgatar o valor real dos combustíveis, o governo está sendo obrigado a promover reajustes alta taxas. 

De acordo com o especialista em Economia, Renato Baumann:”Como era parte do modelo econômico reprimir preços, as tarifas públicas, gasolina, energia elétrica, transporte urbano para evitar um efeito inflacionário, isso foi feito durante um tempo excessivo. Em algum momento é preciso recuperar. O problema é quando você faz isso durante tempo demais, aí você vai acumulando uma quantidade grande. Na hora que você ajusta e, se o ajuste é feito em um período de tempo curto, o percentual de ajuste é muito alto”.

Nesta segunda-feira (23/2), caminhoneiros fecharam várias rodovias, em pelo menos seis estados, em protesto contra o alto preço dos combustíveis e pelos baixos valores dos fretes. De acordo com a polícia Rodoviária Federal, os profissionais do volante pararam a rodovia Fernão Dias, principal ligação entre São Paulo e Minas Gerais, e gerou lentidão no trânsito em Belo Horizonte. No Paraná, mais de 10 rodovias tiveram o fluxo de veículos comprometido e, em Mato Grosso do Sul, os motoristas fecharam parte da rodovia 163, em Dourados.

Fonte: Agência do rádio