Expedição da Rota de Integração Latino-Americana conclui passagem pelo Paraguai e chega à Argentina

Pôr do sol no fim do trecho paraguaio da expedição (Foto: Anderson Viegas/G1)

A expedição de empresários e autoridades brasileiras, paraguaias, argentinas e chilenas, que está testando a viabilidade de um novo corredor rodoviário entre os quatro países, ligando o Centro-Sul do Brasil aos portos do Chile, a chamada Rota de Integração Latino-Americana (RILA), concluiu neste sábado (26) a passagem pelo território paraguaio e entrou na Argentina.

Após a passagem na sexta-feira (25) por um trecho não pavimentado de cerca de 260 quilômetros, dentro do Chaco Paraguaio (trecho do Pantanal no país), entre o distrito de Carmelo Peralta e Loma Plata, os integrantes se reuniram com o prefeito desta última cidade, Walter Aloisius Fernando Stockl Nopper, e com a comunidade menonita (imigrantes alemães cristãos) da região para discutir a importância do projeto.

Logo em seguida conheceram a cidade em que se concentra essa comunidade no Paraguai, Filadelfia. O local tem características únicas, diferentes de outros municípios do país vizinho. Casas e prédios públicos construídos, por exemplo, são construídos, em sua maioria com tijolos aparentes, que remetem a cidades norte-americanas ou européias, e a área central é toda pavimentada e com as vias bem identificadas e sinalizadas.

Logo após a passagem por Filadelfia, o comboio de 30 caminhonentes seguiu viagem percorrendo cerca de 20 quilômetros em uma estrada asfaltada em boas condições e, depois em um trecho de quase 76 quilômetros, até Marechal Estiagarribia, em situação péssima. Mesmo considerado pavimentado, apresentava imensas crateras cortando o pavimento em intervalos que variavam de 100 metros a 500 metros.
Em Marechal Estigarribia, onde foram feitos os procedimentos aduaneiros para os integrantes da expedição saírem do Paraguai, um fato curioso. Uma galinha andava livremente pela repartição do Ministério do Interior, inclusive, na mesma sala em que uma funcionária atendia os integrantes da comitiva. Do lado de fora, na varanda da edificação, um cachorro de rua vigiava aqueles que estavam chegando para pedir autorização para entrar ou sair do país.

Vencidos os buracos da estrada neste segmento, a expedição foi atravessar outro trecho não pavimentado no Chaco, desta vez, entre Marechal Estigarribia e Pozo Hondo, no Paraguai. A situação do segmento é a mesma do trecho entre Carmelo Peralta e Loma Plata. A estrada alterna boas condições de trânsito com segmentos em situação regular, com muitos buracos e bancos de areia, mas com uma diferença, tem uma movimentação de veículos bem maior.

Nos dois trechos não asfaltados no Chaco, a presença da fauna característica da região Pantaneira foi uma constante. Cruzaram a pista em vários momentos, lobos, tatus, pacas e até um tamanduá. Nos segmentos, mesmo sem pavimentação, existe a cobrança de pedágio para trafegar pelas rodovia.

Já próximo a Pozo Hondo, no Paraguai, a aridez da região impressionou os integrantes da expedição. A passagem de veículos levantava nuvens de uma poeira fina, chamada de talco, pelos moradores locais, que cobriam toda a pista, tirando completamente a visibilidade dos condutores, além de entrar nos veículos. Pequenas criações de animais, como cabras, mesmo no aeroporto local , disputavam as pequenas porções de vegetação verde em meio a paisagem seca.

Na Argentina, os integrantes da Rila enfrentaram mais um trecho difícil, de aproximadamente 100 quilômetros sem pavimentação. A exemplo da estrada no Paraguai, este segmento argentino também não tem sinalização e as condições de tráfego são difíceis. Estrada esburacada e com muitos bolsões de areia. Entretanto, a estrada já está em obras para ser pavimentada.

Vencida mais essa etapa, a comitiva finalmente chegou a uma estrada pavimentada. Via em pista única, mas em boas condições de tráfego. Foram cerca de 150 quilômetros até Tartagal, na província de Salta, onde o grupo fez uma rápida parada e depois percorreu mais 300 quilômetros até San Salvador de Jujuy, no Noroeste da Argentina, já próximo a fronteira com o Chile. A rodovia RN34 ofereceu a expedição boas condições de trânsito. Também em pista simples, mas bem sinalizada e com grande fiscalização em todo o trecho percorrido.

Neste domingo, a expedição sai da Argentina e vai em direção ao porto chileno de Iquique. No caminho, o deserto do Atacama e a cordilheira dos Andes, para superar.

Fonte: Anderson Viegas – G1

Fonte: G1