Setor de serviços encolhe em MS com queda no consumo e crise

(Foto: Correio do Estado)

Setor de serviços de Mato Grosso do Sul fechou o ano passado com queda de 0,3%, pior desempenho desde o início da série histórica produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012. Responsável por concentrar o maior número de empregos no Estado, o setor registrou pela primeira vez indicador negativo no período, sinal de que também foi fortemente abalado pela recessão econômica e consumo em queda. Nos anos anteriores, o volume de serviços cresceu, respectivamente, 9% (2012), 6,1% (2013) e 2,9% (2014). O desaquecimento dos serviços em Mato Grosso do Sul também é apontado pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE na análise do comparativo do último trimestre de 2015.

Em outubro, o crescimento foi de 3,8%; já em novembro, o volume de serviços encolheu 1,5% e o último mês do ano fechou com queda ainda maior, de 7%. Em todo o ano passado, foram sete meses de indicadores negativos; houve incremento nos meses de março (3,0%), junho (2,3%), agosto (3,3%), setembro (3,3%) e outubro (3,8%). Quando comparado somente os meses de dezembro, o de 2015 também teve o pior desempenho; nos anos anteriores, os índices foram positivos, respectivamente de 9% (2012), 6,1% (2013) e 2,4% (2014). Em relação à receita nominal, o crescimento foi de 5% para o setor em 2015, o menor em quatro anos. Em 2014, o índice foi de 5,7%, em 2013 10,0% e no primeiro ano da série histórica 14,5%. Apesar do resultado positivo para o ano, dezembro fechou em queda (0,1%), o segundo pior resultado do ano (superado apenas por fevereiro, quando o faturamento teve queda de 1,2%). O indicador também é o mais baixo para o mês na série histórica do IBGE. No mesmo mês de 2012, o faturamento ficou em 4,5%, em 2013 9,9% e 2014, 8,6%.

País

No Brasil, os serviços tiveram em 2015 o pior desempenho da série de pesquisa do IBGE, recuando 3,6%. Apenas em dezembro, o indicador encolheu 5% ante igual mês de 2014, já descontados os efeitos da inflação. Foi o nono resultado negativo consecutivo. Entre os setores, os serviços prestados às famílias registraram retração de 5,3% no ano; os serviços de informação e comunicação ficaram estáveis (0%); os serviços profissionais, administrativos e complementares diminuíram 4,3%; os transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio encolheram 6,1%; e o segmento de outros serviços caiu 9%. Os resultados trimestrais, outro recorte da pesquisa, evidenciam o desaquecimento do setor ao longo de 2014 e 2015. Houve reduções consecutivas nas taxas de volume de serviços prestados, culminando com uma queda de 5,7% no quarto trimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a receita nominal avançou 0,3% em dezembro, ante igual mês de 2014.

Ainda de acordo com os dados do IBGE, 26 das 27 unidades da federação apresentaram variação negativa em volume de vendas no ano passado. O pior desempenho foi observado no Amapá (-11,8%), enquanto o único Estado a registrar crescimento foi Rondônia (5,3%). MS ficou com a segunda menor varia- ção negativa, atrás apenas do Tocantins (-0,1%). Em se tratando da receita nominal de vendas, houve queda em 16 unidades da federação de janeiro a dezembro, com o pior resultado sendo apresentado novamente pelo Amapá (-9,3%); um Estado, Minas Gerais, registrou índice zero. Já Mato Grosso do Sul teve o segundo maior porcentual de crescimento em receita. O melhor desempenho foi constatado em Rondônia (+9,7%).

Fonte: Correio do Estado