(Foto: Correio do Estado)
A colheita da safra de verão será aberta oficialmente amanhã, mas apenas em cerimônia solene na Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul. Na prática, a retirada dos grãos das lavouras está bastante irregular no Estado diante das chuvas intensas em quase todas as regiões produtoras que impedem a entrada das máquinas às áreas, estradas intransitáveis e pontes destruídas. A previsão é de que sejam colhidas em Mato Grosso do Sul 7,5 milhões de toneladas de soja, um aumento de 5,6% com relação à safra anterior, volume recorde para o Estado. Já para o milho safrinha, a estimativa inicial é de 9 milhões de toneladas, mantendo o número registrado na última temporada. Na região sul do Estado que detém a maior parcela da produção estadual, o cenário de problemas provocados pelas chuvas continua nas lavouras. Mesmo assim, alguns produtores já iniciaram a colheita.
Nas primeiras áreas colhidas, o rendimento atingiu 57 sacas por hectare. De acordo com o presidente do sindicato rural de Dourados, Lucio Damalia, de maneira geral a situação das estradas continua “na mesma, já o poder público não consegue fazer nada com a chuvarada que não dá trégua”. Na região de Dourados ele destaca que alguns produtores que têm plantios nas regiões mais altas conseguiram fazer a retirada de grãos. “Alguns colheram, mais apenas aqueles que tem fazenda em área alta, de lavoura convencional. A maioria que está nas terras chamadas amarelas ainda aguardam melhora no tempo para tentar entrar com as máquinas”, enfatizou. Com relação ao aparecimento de pragas e ferrugem asiática Damalia destaca que está normal. “Não tivemos muito aparecimento de lagartas nem focos de ferrugem”, explicou.
Mesmo assim, a situação continua preocupando os produtores que na segunda-feira estiveram reunidos no Sindicato Rural para discutir com o Crea e Imasul a legalidade de abertura das valetas para escoar a água que se acumula nas lavouras. “Com a chuvarada, muitas lagoas se formam e alguns produtores têm que abrir valetas para que elas escoem. Isso, segundo os técnicos, deve ser feito apenas com acompanhamento de um profissional habilitado e que seja especializado”, esclareceu. Com relação ao “grosso” da colheita que deveria ter início nesta semana, Damalia acredita que neste ano o produtor vai colher por “manchas”, ou seja, nas áreas que estiverem mais secas.
“ainda é cedo”
As eventuais perdas nas lavouras de soja decorrentes do excesso de chuva ainda não podem ser estimadas, de acordo com o consultor da Granos, Carlos Ronaldo Dávalos. “É muito cedo”, considerou o analista. De acordo com ele, até o momento, as possíveis perdas seriam pontuais. “A colheita começa, em maior volume, a partir do dia 15. Então, por enquanto, não podemos falar em atraso na colheita”, afirmou. Dávalos disse, ainda, que, a média colhida em janeiro é de 12% da área plantada. “Devemos continuar nesta média neste ano”, acrescentou.
Fonte: Correio do Estado