Com quatro deficits consecutivos, MS fecha 6,6 mil empregos formais

(Foto: sermasa.com.br)

Em uma sequência ininterrupta de quatro meses de saldos negativos (número de demissões maior que o de contratações), Mato Grosso do Sul fechou, de junho a setembro, 6.606 empregos com carteira assinada. O mês passado, com deficit de 2.815 vagas, contabilizou o menor resultado do ano e o pior para o mês de setembro desde 1992, quando tem início a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Conforme dados divulgados ontem, os setores que mais desempregaram no Estado foram os de serviços, indústria da transformação e construção civil.

Dos oito setores considerados pelo Caged, apenas dois terminaram setembro com saldos positivos: serviços industriais de utilidade pública (6 vagas) e administração pública (2). Os demais apresentaram os seguintes deficits: extrativista mineral (-2 empregos), agropecuária (-45), comércio (-99), construção civil (-323), indústria de transformação (-831) e serviços (-1.521). No total, as empresas sulmato-grossenses registraram, em setembro, o saldo de -2.815, resultante de 19.770 contratações e 22.585 desligamentos. Na comparação com o mesmo mês de 2014 (com criação de 1.342 empregos), a variação é de -309,76%. Com o resultado de setembro, Mato Grosso do Sul acumula quatro saldos negativos consecutivos: junho (-236 empregos), julho (-2.068), agosto (-1.487) e os 2.815 vagas fechadas no mês passado.

Atividades

Conforme os números do Caged, a atividade que mais desempregou foi a de ensino, com saldo de -636 vagas (441 admissões e 1077 desligamentos). Também apresentaram saldos negativos no setor de serviços os seguintes segmentos: comércio de administração de imóveis, valores mobiliários e serviços técnicos (-452), instituições de crédito, seguros e capitalização (-390) e serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação (-292). No setor industrial, que apresentou o segundo principal resultado, os piores desempenhos foram da indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários e perfumaria (-492), indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos (-287) e indústria mecânica (-202). A construção civil continuou, em setembro, demitindo mais que contratando. As empresas do setor admitiram 1.751 trabalhadores e desligaram 2.074, resultando no saldo de -323 empregos.

Série histórica

O resultado do mês passado quebrou uma sequência consecutiva de nove anos (de 2006 a 2014) com saldos positivos na criação de empregos em setembro. O último deficit havia sido registrado em setembro de 2005 (-1.251). Esse mês registrou saldos negativos em outros seis anos (1994, 1995, 1996, 1998, 1999 e 2000), mas nenhum inferior ao de setembro de 2015

Acumulado

De janeiro a setembro deste ano, Mato Grosso do Sul fechou 2.979 empregos com carteira assinada. Em iguais meses de 2014, o Estado havia criado 13.857 postos de trabalho. A queda na criação de empregos, na comparação entre os dois períodos, é de 121,5%. No acumulado deste ano, a situação mais crítica é a da indústria da transformação, com 3.794 empregos fechados. Também acumulam saldos negativos os setores da construção civil (-2.098), comércio (-1.679), extrativista mineral (-111) e administração pública (-3). A crise econômica continua impactando fortemente o mercado de trabalho brasileiro. Foram cortados 1,2 milhão de postos formais de emprego nos últimos 12 meses até setembro, informou ontem o Ministério do Trabalho e Emprego. Considerando apenas o mês de setembro, foram extintos 95,6 mil postos. A queda no número de vagas é a sexta consecutiva, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Trata-se do pior resultado para o mercado de trabalho no período desde 1992. Já na análise do saldo de postos de trabalho (diferença entre criação e encerramento de vagas) no acumulado do ano, o País fechou 657.761 vagas formais. É o pior desempenho da série histórica para o período, criada em 2002.

Os destaques negativos ficaram por conta do setor de serviços, que encerrou 33.535 postos, da Construção Civil, com menos 28.221 empregos, e da Indústria de Transformação, que encerrou 10.915 vagas. Também houve corte de vagas formais no Comércio, com menos 17.253 postos e na Agricultura, com redução de 3.246 empregos. Na divisão por unidades federativas, São Paulo foi a que obteve o maior número de empregos formais encerrados no País. Foram fechados 45.869 vagas em setembro. Minas Gerais (-32.423) e Paraná (-8.472) também tiveram desempenho negativo. Na contramão do resto do País, a região Nordeste foi a única a apresentar resultado positivo, criando 26.118 empregos. Pernambuco obteve o melhor desempenho na comparação mensal, com a geração de 15.248 empregos com carteira assinada. Segundo o governo, esse desempenho positivo tem um efeito sazonal, por conta da produção de açúcar e etanol no segundo semestre.

Fonte: Correio do Estado