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A desaceleração da economia chinesa, que cresce no menor ritmo desde 2009, derrubou os preços das principais matérias-primas e alimentou o receio de deflação prolongada no mundo. A China anunciou, na manhã de segunda-feira (noite de domingo no Brasil), redução do ritmo de crescimento anual de 7% para 6,9% do segundo para o terceiro trimestre de 2015. A ameaça de redução generalizada nos preços de combustíveis, alimentos e insumos aumenta a pressão para que o Federal Reserve (BC dos EUA) adie a alta de juros americanos, prevista pela maioria do mercado entre o fim de 2015 e início de 2016. O Fed, que citou a preocupação com a desaceleração chinesa em setembro, define sobre os juros americanos nos próximos dias 27 e 28.
Um dos dados mais preocupantes foi a desaceleração dos investimentos chineses, sugerindo menor capacidade de produção. O investimento em infraestrutura e máquinas cresceu 6,8% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2014; no segundo trimestre, superava 10% e, em 2014, 15%. Diante da fraqueza da segunda maior economia do mundo, os preços do petróleo recuaram 3,39% em Londres e 2,5% em Nova York. Entre os minerais, as maiores baixas foram de prata (1,86%), cobre (1,64%) e minério de ferro (0,86%). Óleo de soja, trigo e milho recuaram 1,61%, 1,3% e 1%. O impacto foi sentido nas moedas dos países produtores de insumos e alimentos para China, como o Brasil. Com exceção do dólar de Hong Kong, as demais 23 moedas emergentes recuaram em relação ao dólar, segundo a Bloomberg (veja quadro). As maiores baixas foram das moedas malaia (-2,26%), russa (-1,39%), brasileira (-1,35%) e sul-africana (-1,35%).
EFEITO NO BRASIL
Considerada a maior parceira comercial do Brasil, a China compra cerca de 20% das exportações brasileiras. Os principais produtos exportados são soja e minério de ferro, produzido pela Vale. As ações preferenciais (sem voto) da Vale caíram 3,09%, para R$ 14,72, apesar de a companhia ter anunciado recorde na produção de minério de ferro no terceiro trimestre. O Ibovespa, principal termômetro dos negócios, avançou 0,45% para 47.447 pontos.
No País, as preocupações em relação à desaceleração na China se somaram às dúvidas sobre a permanência do ministro Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda. Pela manhã, a moeda americana chegou a ser negociada acima de R$ 3,90. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,37%, para R$ 3,894. O comercial teve alta de 0,12%, para R$ 3,878.
Fonte: Correio do Estado