(Foto: Correio do Estado)
Em um cenário de avanço do desemprego, o campo-grandense se torna cada vez mais inadimplente. Em um ano, a quantidade de dívidas registradas no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) de Campo Grande cresceu mais de três vezes: passou de 93.751 para 308.611 registros, disparada de 229%. Os débitos, no fechamento de maio de 2015, somavam R$ 117,219 milhões.
São R$ 50 milhões a mais (ou alta de 76%) em relação ao montante acumulado até o término de igual mês de 2014, que foi de R$ 66,468 milhões. No total, há 138.407 consumidores com o nome negativado, o dobro do número de inadimplentes registrados no SCPC há um ano. Para o presidente da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem (CBMAE) da ACICG, Roberto Oshiro, esses números estão relacionados, sobretudo, ao avanço do desemprego, situação decorrente, por sua vez, do desaquecimento da economia. “Quanto mais pessoas desempregadas, menor é o poder de consumo. E isso é péssimo para o comércio”, afirmou.
Conforme a ACICG, em maio deste ano, 138.407 campo-grandenses com o nome negativado respondiam por 308.611 débitos no valor total de R$ 117,219 milhões. Em maio de 2014, eram 67.329 inadimplentes com 93.751 dívidas, que somavam R$ 66,468 milhões. Os crescimentos respectivos foram de 105,56%, 229,18% e 76,35%. O avanço do volume de débitos em um ritmo superior ao da quantidade de consumidores e do montante devido indica redução do poder de compra. “As dívidas estão menores”, observou Oshiro. Em outras palavras, as pessoas estão com mais dificuldade de pagar débitos cujos valores são menores que os do ano passado.
A capacidade de pagamento reduzida ocorre em um contexto de crescimento do desemprego. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Campo Grande fechou, neste ano (até maio), 504 empregos com carteira assinada. O saldo é 121% menor que o de igual período do ano passado, quando foram criadas 2.386 vagas. Comércio (-705 empregos), indústria da transformação (-492), agropecuária (-166) e construção civil (-131) são os setores que mais pesaram nesse resultado. Nos últimos 12 meses encerrados em maio, a Capital acumula saldo negativo de 883 postos de trabalho.
Conciliação Esse cenário de elevada inadimplência pode ser amenizado com a Semana da Conciliação, iniciada na segunda-feira (dia 29). Conforme Oshiro, o consumidor inadimplente pode, durante a campanha, com ajuda de conciliadores, negociar o pagamento de seus débitos. As empresas, em geral, oferecem condições diferenciadas para a regularização da dívida, de acordo com presidente da CBMAE.
Ainda segundo Oshiro, estão marcadas 4.400 audiências. Para aderir à campanha, o consumidor deve se dirigir à CBMAE com cópias dos documentos pessoais. Entre as empresas participantes, estão Energisa, Anita Shoes, Reci Fotos, Sandra Joias, Zou Bisou e Colégio CDA. A Semana da Conciliação se encerra na sexta-feira (dia 3), mas, de acordo com Oshiro, a CBMAE funciona o ano todo. “Os interessados em regularizar sua situação podem nos procurar”, disse.
Fonte: Correio do Estado