(Foto: faems.com.br)
A queda do desempenho da atividade industrial, decorrente do desaquecimento da economia, impulsionou o avanço das demissões em Mato Grosso do Sul. Em um ano, as empresas do setor fecharam 9.998 postos de trabalho no Estado, o pior saldo da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O número é quase 30 vezes menor que os 368 empregos criados nos 12 meses encerrados em maio de 2014. Neste ano (de janeiro a maio), o saldo entre admissões e desligamentos foi de -1.012 vagas, variação de -209,52% na comparação com os 924 gerados em igual intervalo do ano passado. No total, 107 atividades industriais acumularam, nos primeiros cinco meses deste ano, resultados negativos.
Os destaques são os segmentos de frigorífico e construção civil. Conforme dados do Caged, detalhados no Radar Industrial da Fiems, o mercado de trabalho de Mato Grosso do Sul acumulou, nos últimos 12 meses, saldo negativo de 5.744 empregos. O maior peso no crescimento do volume de demissões veio da indústria – de junho de 2014 a maio deste ano, as empresas do setor contrataram 82.910 e desligaram 92.908 trabalhadores, resultando no saldo de -9.998 vagas.
De janeiro a maio, 34.570 pessoas foram admitidas pelas indústrias e 35.582 perderam seus empregos – fechamento de 1.012 postos. O resultado é o segundo pior entre as atividades econômicas, superando apenas o do comércio (-1.051 empregos). Das atividades industriais consideradas no Caged, 107 chegaram a maio acumulando resultados negativos e 97 contabilizaram saldos positivos.
Os piores desempenhos foram apresentados pelos setores de abates de reses, exceto suínos (-1.110), obras de engenharia civil (-775), construção de edifícios (-307), construção de rodovias e ferrovias (-293), produção de ferro-gusa (-119), confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas (-104), fabricação de produtos de carne (-103), serviços especializados para construção (-94), captação, tratamento e distribuição de água (-94) e extração de minério de ferro (-93). Entre as que acumularam saldos positivos na criação de empregos, destacam-se fabricação de açúcar em bruto (566 empregos), fabricação de álcool (374), abate de suínos, aves e outros pequenos animais (325), obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações (272), distribuição de energia elétrica (247), coleta de resíduos não perigosos (90), fabricação de calçados de material sintético (82), fabricação de alimentos para animais (80) e curtimento e outras preparações de couro (73).
Municípios Três Lagoas, que começa a receber novos investimentos de gigantes do setor de celulose, ainda amarga com retração acentuada, nos últimos meses, do desempenho do mercado de trabalho industrial. De janeiro a maio, a indústria três-lagoense fechou 878 empregos. Campo Grande aparece em seguida, com fechamento de 552 postos de trabalho. Também apresentaram saldos negativos acentuados as cidades de Caarapó (-442), Nova Alvorada do Sul (-241), Aparecida do Taboado (-193), Naviraí (-166), Bataguassu (-121), Água Clara (-119), Ribas do Rio Pardo (-110), Corumbá (-104), Coxim (-98), Cassilândia (-76) e Paranaíba (-70). No total, as indústrias de 34 municípios registraram, neste ano, saldos negativos.
Dos 41 municípios, cujas indústrias chegaram a maio com saldo anual positivo, os destaques foram: São Gabriel do Oeste (410), Angélica (408), Rio Brilhante (214), Costa Rica (141), Nova Andradina (128), Maracaju (121), Dourados (118), Itaquiraí (112), Iguatemi (80) e Construção. Diversas atividades apresentam baixo desempenho Chapadão do Sul (78).
Fonte: Correio do Estado