(Foto: cdlcascavel.com.br)
Mato Grosso do Sul fechou o primeiro trimestre deste ano com 80 mil desempregados, aumento de 35% na comparação com as 59 mil pessoas sem ocupação em igual intervalo de 2014. Com esse avanço, a taxa de desocupação ficou em 6,1%, o maior patamar para o período desde 2012.
O desemprego atinge, sobretudo, sul-mato-grossenses entre 18 e 39 anos, que totalizam 54 mil trabalhadores. Os números fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo mostra, ainda, que o rendimento médio real, no Estado, está em R$ 1.736,15. Valor que permaneceu praticamente estável em um ano.
Na metodologia do IBGE, as pessoas sem emprego são divididas em dois grupos: as que tentam retornar ao mercado de trabalho e as que não podem ou não querem trabalhar. O primeiro grupo foi afeta do, sobretudo, pela queda no desempenho das atividades econômicas. Segundo a Pnad Contínua, em um ano, a quantidade de sul-mato-grossenses desempregados e que buscam voltar ao mercado aumentou em 21 mil ou, em valor relativo, em 35%.
Trabalhadores com 18 a 24 anos correspondem a 28 mil (35% do total), seguidos pelos que têm de 25 a 39 anos (26 mil ou 32,5% do total). Profissionais mais velhos e mais jovens foram menos atingidos: há 13 mil desempregados de 40 a 59 anos, 11 mil de 14 a 17 anos e aproximadamente 1 mil, de 60 anos ou mais.
O IBGE também verificou o volume de pessoas fora do mercado e que não querem ou não podem exercer uma atividade remunerada. São 722 mil sul-mato-grossenses com 14 anos ou mais nesta situação. Desses, a maioria (207 mil) não está no mercado por se considerar idoso ou jovem demais para trabalhar. Na sequência, aparecem os que não procuram trabalho por causa dos afazeres domésticos ou por ter de cuidar dos filhos (183 mil).
O terceiro grupo mais numeroso é formado por aqueles que não buscam emprego por estarem estudando (135 mil). Os demais são os que têm alguma doença permanente ou incapacidade física ou mental (94 mil), não querem trabalhar (49 mil) ou outro motivo (54 mil). Na comparação com o primeiro trimestre de 2014, houve recuo apenas no número de pessoas sem ocupação em razão dos estudos (-17%) e em virtude dos afazeres domésticos (-2,13%).
TAXA
Conforme o IBGE, a taxa de desocupação em Mato Grosso do Sul relativa ao primeiro trimestre deste ano foi de 6,1%, índice superior ao do mesmo período de 2014 (4,7%), 2013 (4,8%) e abaixo do de 2012 (7,5%). Nos três primeiros meses de 2015, a taxa entre os sul-mato-grossenses de 14 a 17 anos (22,7%) foi muito maior que as dos trabalhadores nas demais faixas etárias, que apresentaram os seguintes porcentuais: 18 a 24 anos (13,8%), 25 a 39 anos (5,3%), 40 a 59 anos (2,8%) e 60 anos ou mais (1,3%). A taxa entre os mais jovens cresceu acentuadamente no primeiro trimestre de 2014, era de 9,5% entre os que tinham 14 a 17 anos.Em relação aos outros estados, no entanto, a situação de Mato Grosso do Sul se mostra menos crítica.
A taxa desocupação sul-mato-grossense é a sexta menor, superando somente as de Mato Grosso (5,7%), do Rio Grande do Sul (5,6%), Paraná (5,3%), de Rondônia (4,4%) e Santa Catarina (3,9%). A maior taxa é de 11,5% e foi contabilizada pelo Rio Grande do Sul.
REMUNERAÇÃO
O rendimento médio real (considerando a soma de todas as remunerações recebidas por cada trabalhador) em Mato Grosso do Sul corresponde a R$ 1.736,15, abaixo do valor médio do País, de R$1.839,84. Apenas o Distrito Federal (R$ 3.406,05) e outros seis estados “São Paulo (R$ 2.401,25), Roraima (R$ 2.145,79), Paraná (R$ 2.026,97), Santa Catarina (R$ 2.014,70) e Rio de Janeiro (R$ 1.966,97) “ têm remunerações acima da média nacional.
O salário médio pago em Mato Grosso do Sul é o menor da região Centro Oeste. Mato Grosso tem rendimento médio real de R$ 1.820,04 e Goiás, de R$ 1.786,65. Outro dado mostra que permanecem desiguais os salários recebidos por homens e mulheres sulmato-grossenses. Eles ganham a média de R$1.976,15 e elas, R$ 1.406,4.
Fonte: Correio do Estado