(Foto: Correio do Estado)
Depois de ano de crise e estagnação na área de infraestrutura, o governo do Estado planeja investir R$ 1,6 bilhão em rodovias. A meta é pavimentar 888,8 quilômetros e recapear 243,9 quilômetros. Entretanto, o plano depende ainda da liberação desse recurso, referente a empréstimo com o Banco Mundial, de um total de R$ 2,9 bilhões que serão usados para refinanciar o saldo da dívida de Mato Grosso do Sul com a União. Serão 1.132 quilômetros de asfalto novo. “Esses investimentos para construção de novas rodovias serão importantes para a logística do Estado, ocupando novas áreas e ajudando no desenvolvimento”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja.
As melhorias na infraestrutura de transporte estão diretamente relacionadas às atividades econômicas. O foco é garantir novas opções de acesso para escoar produção de grãos, por exemplo, além de beneficiar regiões onde o plantio de eucalipto deve avançar nos próximos anos. O maior trecho pavimentado será de 111,7 quilômetros, na MS-338, ligando a Lagoa Sanguessuga, em Camapuã, a MS-357, em Ribas do Rio Pardo. Assim, saindo da região norte, haverá nova opção de acesso ao leste do Estado, em cidades como Três Lagoas, onde estão localizadas grandes indústrias da área da celulose, Fibria e Eldorado. As duas unidades serão ampliadas.
Nesse mesmo trajeto será construída outra fábrica de papel e celulose na cidade de Ribas. Ainda na região leste do Estado, há previsão do asfaltamento da MS-338, no entroncamento da BR-262, na entrada do Assentamento Mutum, entre Ribas do Rio Pardo e Água Clara, ligando até Santa Rita do Pardo, com extensão de 106,9 quilômetros. Seguindo ainda por esses novos caminhos, partindo do entroncamento da MS-040, há previsão de pavimentar a MS-134, até chegar ao Distrito Casa Verde, próximo a Nova Andradina. Esse é um dos principais acessos para São Paulo, chegando à BR-267 (cuja recuperação está prevista por meio de concessão do governo federal).
OUTROS ACESSOS
Está prevista ainda a pavimentação de 100 quilômetros da rodovia MS-345, entre a BR- 419 e os municípios de Bonito e Anastácio. A pavimentação do trecho reduz em 74 km a distância entre o município e a Capital. Atualmente, o caminho é feito via Sidrolândia, pela BR-060. Assim, há possibilidade de favorecer a rota turística, já passando por Aquidauana. Ainda nas proximidades, outras rodovias serão pavimentadas: MS-382, de Guia Lopes da Laguna até o entroncamento da MS-270. De lá, haverá trecho ligando entroncamento da MS-164, na região de Copo Sujo, até a MS-166, na Cabeceira do Apa.
Estrada até a cidade de Antônio João também será incluída. Segundo o governador, um dos objetivos é também criar novos acessos até o porto de Porto Murtinho, o que pode facilitar a exportação de produtos. Há ainda trechos menores, como a MS-223, que liga Figueirão a Costa Rica. No Sul do Estado, será pavimentada a MS-290, possibilitando novo acesso da BR-163, perto de Naviraí, até a MS-180 (Outras estradas podem ser conferidas no mapa ao lado). Os projetos de engenharia para muitas dessas obras já estão sendo elaborados. As empresas foram escolhidas por meio de licitação. Alguns procedimentos ainda estão em andamento.
NEGOCIAÇÃO
Por enquanto, a Comissão de Financiamento Externo (Cofiex) autoriza, com ressalvas, o governo de Mato Grosso do Sul a fazer operação de crédito de até US$ 734,5 milhões – o equivalente a R$ 2,9 bilhões – para reestruturação do resíduo da dívida. A proposta também precisa passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, por se tratar de operação tendo como garantidor a União. É desse montante que sairão os R$ 1,6 bilhão para rodovias. Segundo Azambuja, Mato Grosso do Sul foi o único estado autorizado a fazer essa renegociação, em razão da equação montada. “No nosso governo não contraímos nenhum empréstimo e dificilmente vamos fazer isso, mas herdamos dívida”, afirmou.
A dificuldade, segundo ele, está no juro que Mato Grosso do Sul paga, o qual ultrapassa 21% ao ano. “Juro de agiotagem”, resumiu o governador. O novo empréstimo terá juros que podem variar de 4% a 4,5% ao ano. “Vamos sair de juro extorsivo para um juro razoável, com 15 a 20 anos de prazo para quitar a dívida com banco internacional”, explicou. O novo empréstimo possibilitará fluxo de caixa mensal de R$ 47 milhões, dinheiro que será usado na elaboração dos projetos para construção e recapeamento de rodovias. “Espero que até julho ou agosto tenhamos o contrato assinado e os recursos liberados para pagamento da União”, afirmou. O início das obras, porém, deve ficar para 2017.
Fonte: Correio do Estado