(Foto: Correio do Estado)
O prejuízo causado pelas chuvas nas 14 cidades da região sul do Estado já supera os R$ 115 milhões. Na semana passada, o governo calculava este prejuízo em R$ 100 milhões. Decreto do governo estadual de 3 de dezembro reconhece a situação grave, mas ainda não foi homologado pelo governo federal, que é o que garante o repasse de verbas. Vale ressaltar que outras seis cidades enfrentam problemas, e já decretaram emergência, mas que ainda não foi reconhecida pelo governo do Estado. Ao todo, são 20 municípios de MS em emergência. Assim, a Defesa Civil do Estado não descarta a hipótese de este valor ser muito maior.
Equipes do órgão estão trabalhando em todas as cidades atingidas fazendo levantamentos, depois que as primeiras informações foram repassadas pelas prefeituras dos municípios atingidos. As outras seis cidades que fizeram o pedido de Situação de Emergência, que está sendo analisado, são: Mundo Novo, Jardim, Bela Vista, Deodápolis, Fátima do Sul e Campo Grande. Bela Vista, Jardim e Amambai foram cidades em que a Defesa Civil teve que tirar pessoas das casas porque as estruturas foram abaladas e correm o risco de desabar. Nas outras cidades, os estragos se concentraram em estradas, e o poder público local avalia as condições para apresentar um relatório dos prejuízos causados. Um balanço aponta que três mil quilômetros de estradas foram danificadas, pelo menos 80 pontes sofreram estragos ou foram levadas pelas águas. Na área urbana dos municípios, os maiores estragos foram nas drenagens e afetaram diretamente a atividade econômica local, principalmente por causa do acesso.
ISOLAMENTO
Em Eldorado, na noite de sexta-feira, dia 11, choveu pelo menos 200 mm e houve mais prejuízos. Três pontes que ligam o município ao Distrito de Morumbi caíram e cerca de 1.220 moradores ficaram isolados. Em um dos acessos, a rodovia municipal EL-01, conhecida como “Velha do Morumbi”, um carro foi engolido pela cratera que foi aberta pelo enxurrada. “O motorista disse que estava chovendo demais e ele estacionou o carro; quando percebeu, estava sendo engolido pela rodovia”, disse Wilson Duarte, Coordenador da Defesa Civil do município. As outras duas opções para chegar ao distrito, a MS-295 e outra estrada municipal, a EL- 68, conhecida como “Estrada do Turquino”, tiveram as pontes de acesso destruídas. Para ir ou voltar do distrito, um fazendeiro improvisou uma estrada cortando sua fazenda.
A Estrada do Turquino dá acesso à BR-163, onde a água também levou a estrutura da ponte na rodovia, que é administrada pela CCR MSVia. O Assessor de Gabinete da prefeitura de Eldorado, Anderson Dutra, disse que o município ainda não contabilizou os prejuízos, mas já detectou que, no caso da EL-01, é melhor fazer outra estrada do que consertar a que foi danificada. Na área central do municí- pio, os estragos também foram relevantes, uma família que morava no bairro Manoel Gomes teve que ser retirada de casa porque a estrutura rachou e pode desabar a qualquer momento. “Levamos todos os móveis deles para uma escola e eles estão alojados na casa de familiares. Entramos com o processo para que recebam o aluguel social e possam morar em outra casa até o problema ser resolvido”, disse Sueli de Lara Souza, Secretária de Assistência Social de Eldorado. No assentamento Floresta Branca, na estrada conhecida como Travessão da Reserva, uma cratera se formou na via, dificultando o trânsito no local. Na EL-51, parte de uma ponte está danificada e está sob aná- lise se será necessário derrubar e levantar outra; neste local, apenas carros de passeio podem transitar.
Recuperação
Em nota, a CCR MSVia informa que já está trabalhando na reconstrução da pista da BR- 163 na altura do quilômetro 49, em Eldorado, onde a rodovia foi parcialmente destruída pela força das águas. Ainda segundo a Concessionária, a proposta é restabelecer o tráfego o mais rápido possível, o que depende das condições climáticas na região nos próximos dias. O projeto da empresa é triplicar a capacidade de vazão da água sob a BR-163 naquele ponto. As máquinas e operários da empresa estão no local trabalhando na preparação do terreno. As equipes fizeram a demolição da estrutura danificada, permitindo assim o iní- cio do trabalho de preparação da base da nova drenagem. Na sequência, serão colocadas tubulações pré-fabricadas para passagem das águas pluviais e, por fim, será feito o aterramento. Concluídas essas etapas, será feita a reconstrução da pista.
Fonte: Correio do Estado