Bancada de MS e governo paraguaio vão se unir pela ferrovia

(Foto: constran.com.br)

Para evitar que Mato Grosso do Sul fique sem ferrovia e rodovia bioceânicas “ligando os oceanos Atlântico e Pacífico”, a bancada federal sul-mato-grossense e o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Edson Giroto, começaram a discutir com o governo do Paraguai a viabilização destes projetos. Ontem, aconteceu o primeiro encontro na embaixada do país vizinho, em Brasília.

A próxima etapa será uma reunião com o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, em Assunção, para debater a viabilidade técnica destas propostas, enfatizou o deputado federal Dagoberto (PDT-MS), enfatizando que também é necessário viabilizar a construção da Ferroeste, que ligará Mato Grosso do Sul aos portos de Santos e Paranaguá, e também o Porto Murtinho. O deputado federal Mandetta (DEM-MS) destacou que as obras de asfaltamento de rodovias no Paraguai para a Rota Bioceânica estão sendo feitas e “futuramente a proposta é viabilizar o corredor ferroviário ligando Mato Grosso do Sul ao Pacífico”.

Ele criticou a situação de abandono da linha férrea entre Bauru e Corumbá, que na gestão da ALL “não foi recuperada, não recebeu grandes investimentos”. Para o deputado federal Elizeu Dionizio (Solidariedade – MS), o corredor bioceânico é fundamental para o Estado reduzir os custos no transporte da produção até a China, enfatizando que “temos de garantir o funcionamento da malha ferroviária atual, que está em completo abandono, e viabilizarmos um corredor até o Pacífico por Mato Grosso do Sul. Para isso, vamos conversar com o governo federal e intensificar o diálogo com o governo paraguaio”.

PONTE

Na reunião de ontem, o secretário-executivo do Ministério dos Transportes enfatizou que a pasta tem como prioridade o corredor bioceânico passando por Mato Grosso do Sul e, para isso, é necessário construir a ponte sobre o Rio Paraguai, ligando as cidades de Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta, no Paraguai, com objetivo de viabilizar a rota, com 1.950 quilômetros.  A via possibilitará o acesso da produção sul-mato-grossense aos portos do Oceano Pacífico. A ponte tem custo estimado de R$ 300 milhões e terá extensão de 2,5 quilômetros.

No lado paraguaio, está em processo adiantado o projeto de pavimentação de 263 quilômetros da rodovia, entre as cidades paraguaias de Carmelo Peralta e Filadélfia. Outros 245 quilômetros da Rota Biocêanica, entre as cidades de Filadélfia e Ponzo Hondo, em território Paraguaio, precisam ser pavimentados.  Outros 1,3 mil quilômetros em território argentino e chileno já estão asfaltados.

DESCRÉDITO

Os deputados Dagoberto e Mandetta mostraram ceticismo em relação à ferrovia bioceânica anunciada pelo governo federal ontem, que exclui Mato Grosso do Sul e chega ao Oceano Pacífico pelo Peru. “Esta ferrovia não vai acontecer nunca, por questões ambientais”, destacou Mandetta.

Fonte: Correio do Estado