Com diesel caro, MS vende metade do que poderia

O presidente do Setlog-MS Claudio Cavol em entrevista ao Diário Digital

Empresários dos transportes tentam convencer governo estadual a reduzir ICMS.O setor de transportes está mobilizado para provar ao governo do Estado que a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado sobre o óleo diesel não causará impacto financeiro negativo aos cofres públicos, como argumenta o governo do Estado.

Conforme o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logísticas de MS (SETLOG/MS) Cláudio Cavol, o raciocínio é muito simples: com o diesel mais barato os postos de combustíveis de MS venderiam mais. Cavol explica que dos oito mil veículos pesados que passam pelas estradas estaduais diariamente, cerca de quatro mil não abastecem aqui. Esses clientes potenciais, MS está perdendo para São Paulo ou Paraná, que vendem o mesmo produto por menor preço, o que é possível por que a carga tributária é menor. “O nosso preço é tão alto que a gente perde para outros estados cerca de R$ 280 para R$ 300 por abastecimento”, calcula.

Nos postos de combustíveis de MS, o litro do óleo diesel custa entre R$ 3,12 e R$ 3,18. Em SP, o litro do combustível custa em média R$ 2,60. A diferença média é de R$ 0,44 entre os dois estados, explica Cavol. Ele cita que os consumidores em potencial não são apenas os caminhoneiros, mas também as máquinas agrícolas. “Cada máquina gasta em média 500 litros por dia. Essa é a grande pergunta porque um tratar para produzir no nosso estado tem quem ter um custo tão superior a SP e Paraná. Tudo isso se reflete nos preços dos produtos plantados aqui dentro que são todos mais caros. Perde-se competitividade”, analisa Cavol.

O dirigente levará estes apontamentos ao Secretário Estadual de Fazenda, Márcio Monteiro, em reunião marcada para a tarde desta quarta-feira, 25 de fevereiro, na qual argumentará a favor da redução de ICMS. Durante a campanha eleitoral, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) prometeu reduzir de 17% para 12%. Porém, desde que assumiu o governo, ele tem reiterado que precisa fazer estudos para colocar a redução em prática. Setores do governo temem que uma diminuição a curto prazo implique em perda de receita o que poderia desestabilizar as finanças estaduais. A alta carga tributária é um das razões do protesto deflagrado por caminhoneiros em todo País. Eles estão bloqueando estradas federais e, apesar de decisão judicial, determinando o fim da manifestação, os bloqueios continuam em muitos pontos.

Fonte: Diário Digital