(Foto: Campo Grande News)
A unidade de Corumbá lidera as quedas na produção de minério da Vale, de acordo com relatório da companhia, divulgado na semana passada. A produção recuou 42%, de 1,081 milhão de toneladas para 627 mil toneladas, na comparação entre julho a setembro deste ano e de 2014. No sistema Centro-Oeste, que inclui também a unidade de Urucum, a retração foi de 36,1%. Em Corumbá, aproximadamente 500 trabalhadores do setor de minério ficaram desempregados desde o fim do ano passado. Em todo o País, a Vale contabilizou prejuízo líquido de R$ 6,6 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Dos quatro sistemas de minério de ferro da companhia, dois registraram queda e os demais incrementaram a produção do insumo. No total, a Vale elevou em 2,9% o volume de ferro produzido no terceiro trimestre deste ano (88,225 milhões de toneladas) em relação ao mesmo período de 2014 (85,731 milhões de toneladas).
A variação foi freada pelos desempenhos negativos dos sistemas Sul (queda de 5,1%) e Centro-Oeste. Já os sistemas Sudeste e Norte incrementaram o volume produzido em 8,8% e 5,4% respectivamente. Minas Centrais foi a unidade que mais avançou em produção do minério de ferro, com alta de 24,6%. Nesse cenário, Corumbá retrai, acentuadamente, a produção de minério. Conforme o relatório, o Sistema Centro-Oeste produziu, neste ano, 3,657 milhões de toneladas de minério de ferro de janeiro a setembro, 14,8% a menos que os 4,294 milhões de toneladas registradas em iguais meses de 2014. Nesse período, a produção da unidade de Corumbá caiu 12,9% (de 2,767 milhões de toneladas, em 2014, para 2,411 milhões de toneladas, em 2015) e da Urucum retraiu 18,4% (de 1,527 milhão de toneladas para 1,246 milhão de toneladas). Na comparação entre o terceiro trimestre deste ano e de 2014, a variação foi de -36% do Sistema Centro-Oeste (de 1,629 milhão de toneladas para 1,041 milhão de toneladas), resultante das quedas de 42% da unidade de Corumbá e de 24,4% da de Urucum (de 548 mil toneladas para 414 mil toneladas).
Desemprego
A redução na produção de minério tem elevado o desemprego em Corumbá. Aproximadamente 500 trabalhadores do setor ficaram desempregados desde o segundo semestre do ano passado, conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativistas de Corumbá, Caciano de Oliveira. De acordo com ele, o setor de minério – principal atividade econômica de Corumbá – empregava cerca de 3 mil pessoas e conta, atualmente, com aproximadamente 2,5 mil trabalhadores. Segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o setor de minério (com 152 vagas fechadas) foi o que mais pesou no saldo negativo acumulado por Corumbá neste ano. No total, o setor industrial corumbaense encerrou 181 postos de trabalho de janeiro a agosto, colaborando para o fraco desempenho da indústria sul-mato-grossense. No conjunto, as indústrias contabilizaram, no Estado, saldo negativo de 4.582 vagas neste ano.
Queda
O prejuízo líquido da Vale foi de R$ 6,663 bilhões. O montante é quase o dobro das perdas contabilizadas em igual período do ano passado, as quais foram de R$ 3,381 bilhões. A companhia atribuiu o resultado negativo ao efeito contábil da forte desvalorização do real diante do dólar na dívida da companhia, em meio aos baixos preços do minério de ferro.
Fonte: Correio do Estado