(Foto: Correio do Estado)
A queda do desempenho das atividades econômicas e o fechamento crescente de vagas de trabalho impulsionaram o avanço da população desempregada de Mato Grosso do Sul, que chegou a 83 mil pessoas no terceiro trimestre (julho a setembro) deste ano. O dado faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o estudo, o número de desocupados no Estado é 59,8% maior que a quantidade de igual intervalo de 2014. A variação é a terceira maior do País. Com o resultado, a taxa de desocupação sul-mato-grossense alcançou 6,3%, a terceira maior na comparação com os índices de todos os trimestres da série histórica, iniciada em 2012. De acordo com o IBGE, a população com idade para trabalhar (com mais de 14 anos) somava, no terceiro trimestre deste ano, 2,025 milhões de pessoas em Mato Grosso do Sul.
Deste universo, 1,324 milhão estavam na força de trabalho, sejam como ocupados (trabalhando) ou desocupados (à procura de emprego). A quantidade de trabalhadores ocupados apresentou variação modesta, de 0,2%, na comparação entre o terceiro trimestre de 2014 (1,238 milhão) e mesmos meses de 2015 (1,324 milhão). Já o crescimento do número de desempregados foi muito mais expressivo, de 59,8% – em igual período do ano passado, havia 52 mil pessoas desocupadas no Estado. Em relação a outros estados, Mato Grosso do Sul contabiliza a terceira maior alta do desemprego, superado apenas por Mato Grosso (74%) e Rondônia (67,5%). Com o incremento significativo da quantidade de desempregados, a taxa de desocupação, no Estado, atingiu 6,3%. Trata-se do maior índice para o terceiro trimestre desde o início da série histórica, em 2012. Se comparada com os resultados de todos os trimestres, a taxa de julho a setembro de 2015 é a terceira maior da série, ficando abaixo dos números de janeiro a março de 2012 (7,5%) e de abril a junho do mesmo ano (7,0%).
Setores
As atividades que mais contribuíram para o aumento do número de desempregados em Mato Grosso do Sul no terceiro trimestre deste ano frente ao mesmo período de 2014 são as seguintes: alojamento e alimentação (-13,1%), transporte (-7,3%), informação, atividades financeiras e imobiliárias (7,0%), indústria (-3,9%) e serviços domésticos (-1,1%). Em se tratando do tipo desocupação, houve queda no número de empregados formais no setor privado, passando de 491 mil no terceiro trimestre do ano passado para 464 mil em igual intervalo de 2014. Por outro lado, a quantidade de empregados sem carteira apresentou alta de 2,5%, de 154 mil para 158 mil pessoas.
Salário
A combinação entre o aumento do contingente de trabalhadores sem carteira assinada e crescimento do desemprego resultou na queda do rendimento médio do trabalhador. Segundo o IBGE, a renda média do sul-mato-grossense era de R$ 1.717 no terceiro trimestre deste ano, 8,5% a menos que os R$ 1.877, verificados no mesmo período de 2014. A variação é a terceira menor do País, superando somente as variações dos montantes de Pernambuco (-9,0%) e de Sergipe (-8,8%). A maior queda salarial foi apresentada pela agropecuária – a retração foi de 19,7%, de R$ 2.008 (terceiro trimestre do ano passado) para R$ 1.613 (iguais meses deste ano). Na sequência, com os recuos mais expressivos, aparecem a construção (-12,5%, de R$ 1.698 para R$ 1.485), alojamento e alimentação (-12,2%, de R$ 1.483 para R$ 1.303) e transporte (-11%, de R$ 2.158 para R$ 1.920).
Fonte: Correio do Estado