Duplicação da BR-163 no sul está mais atrasada que no norte

(Foto: Correio do Estado)

Apesar da meta defendida pela CCR MSVia, a perspectiva de concluir a duplicação de 10% (84,7 quilômetros) da BR-163 em Mato Grosso do Sul este mês parece longe de ser atingida. Na contramão da celeridade na edificação das praças de cobrança de pedágio, as novas pistas da rodovia no sentido sul do Estado, nos arredores de Caarapó e Juti, devem exigir maior tempo até a finalização. A reportagem do Correio do Estado percorreu o trecho sul da BR-163, partindo de Campo Grande até Juti, e constatou a morosidade nas obras de duplicação da rodovia, iniciadas em julho do ano anterior. O primeiro fragmento em execução compreende 9,8 quilô- metros de extensão e é o mais atrasado. Nos primeiros 5 quilômetros, a pista que cumprirá o sentido sul encontra-se em fase de preparação do solo para terraplanagem. Nota-se, ainda, a ausência de trabalhadores na extensão, bem como a falta de materiais e máquinas para a execução dos serviços – só encontrados nos quilômetros finais do trecho.

Do km 231 ao km 227, existem espaços com pista em fase de terraplanagem e percursos já pavimentados. Alguns pontos de curva ainda contam com a instalação de guard rails, ao passo que poucos metros da rodovia em construção possuem a pintura das faixas de rolamento. Seguindo viagem, mais próximo a Juti, outros 11,2 quilômetros de duplicação são efetuados pela CCR MSVia – entre os km 203 e 192. As obras no trecho encontram-se em fase mais avançada em relação ao espaço anterior, em que parte das pistas que farão o sentido sul está concluída, porém, não foi liberada para o tráfego de veículos. Guard rails também foram implantados em áreas de curva na segunda parte, e nota-se que a grama no canteiro central da via foi plantada há algum tempo, suficiente para tirar a aparência de “quebra-cabeças” das peças utilizadas. Já os dois postos para cobrança de pedágio pelos quais a reportagem passou estão em fase de acabamento. Tanto a praça de Rio Brilhante, situada próxima ao km 314 sentido sul, como a de Caarapó, localizada na altura do km 228, já apresentam iluminação dos semáforos de “pare” e “siga” em funcionamento e sinalizações horizontal e vertical concluídas. É possível, ainda, constatar a presença de computadores já instalados nas cabines de cobrança.

Apesar da lentidão nas obras da BR-163 na região sul, a CCR MSVia manifestou-se, via assessoria de imprensa, e defendeu que “a duplicação inicial da rodovia superou os 90 quilômetros de extensão e terá sua primeira etapa de obras entregue em meados de agosto, ao lado das nove praças de cobrança de tarifa”. Ainda de acordo com a concessionária, “vencidas essas etapas estabelecidas pelo contrato de concessão, a CCR MSVia está habilitada para iniciar a cobrança pelos serviços prestados, 15 meses depois de iniciar suas atividades”. PEDÁGIO O valor da taxa pode chegar à casa dos R$ 4,60, em média – R$ 0,22 superior à tarifa básica de referência, estabelecida na licitação, de acordo com dados de maio de 2012, de R$ 4,38 a cada cem quilômetros rodados. O acréscimo se deve à incorporação à tarifa da variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Conforme a empresa, os preços também sofrerão ajustes em função de mudanças nas condições do contrato. O investimento na BR-163/ MS, em cinco anos, deve ser de R$ 3,3 bilhões – R$ 700 milhões destes já foram aplicados em obras, serviços, equipamentos e mão de obra. Para 2016, primeiro com cobrança de pedágio, a concessionária projeta circulação de 76 milhões de veículos na rodovia e crescimento médio de tráfego nos primeiros cinco anos de 7,8%.

Fonte: Correio do Estado