Empresa sofre golpe de quase R$ 450 mil

(Foto: blogdocaminhoneiro.com)

Prestes a ser promovido, o auxiliar administrativo Euredes Lopes de Freitas, de 42 anos, foi preso por ser o mentor de um esquema de pagamento de fretes fantasmas que em dois anos causou prejuízo de quase R$ 450 mil ao Atacadão da Avenida Coronel Antonino, em Campo Grande, onde ele trabalhava há quase duas décadas. O plano era executado a partir da senha furtada de uma supervisora, com apoio de dois caminhoneiros terceirizados pela empresa. Parte do dinheiro, Euredes gastou em viagens a resorts de luxo com a família, enquanto os comparsas pouparam.

A fraude foi desmontada em operação realizada pela Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) no dia 24 de novembro. Segundo o delegado Reginaldo Salomão, responsável pelas investigações, o grupo vai responder em liberdade pelos crime de furto mediante fraude, qualificado pelo concurso de pessoas. “Os autores não estavam em situação de flagrante, por isso foram detidos e trazidos para a delegacia onde prestaram esclarecimentos e depois foram liberados conforme a lei”, disse Salomão durante coletiva de imprensa na Derf na manhã de ontem.

DESCOBERTA

O esquema veio à tona quando a empresa percebeu que não conseguia mais ser competitiva na venda de alguns produtos, como, por exemplo, cerveja, e passou a suspeitar dos valores de frete embutidos nas notas. Os prejuízos começaram em janeiro de 2014, quando Euredes, funcionário de confiança da casa, descobriu a senha de acesso ao sistema de uma supervisora sem que ela soubesse. Ele então convidou os caminhoneiros terceirizados José Romero de Lima, 41, e Antônio Pereira Sobrinho, 57, para participarem das fraudes. Por meio da senha tomada da colega, Euredes acessava o registro de entregas e fazia pagamentos diários que giravam em torno de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil em contas no nome dos comparsas. “O detalhe é que o auxiliar embutia o pagamento dos fretes em carregamentos que o valor dos fretes já havia sido pago previamente pela empresa. Desta maneira, com o montante diário de produtos movimentados, era difícil que alguém percebesse. Contudo, a empresa começou a ver que o preço final dos produtos não estava mais compatível e informou a polícia que, com ajuda de técnicos, descobriu a fraude”, explicou o delegado.

O computador de onde eram emitidos os pagamentos fantasmas foi rastreado e descobriu-se que se tratava do terminal de trabalho de Eurides. Um detalhe que tornou o fato mais evidente foi que os pagamentos eram feitos pelo acesso da supervisora, mesmo quando ela estava de férias. Temendo ser descoberto, o funcionário deixou de participar em dezembro do ano passado, no entanto, os caminhoneiros continuaram até serem presos. Com Antônio foram recuperados aproximadamente R$ 30 mil. Mais R$ 20 mil estavam com José. Os dois faziam poupança que posteriormente repassariam para os filhos. Euredes, por sua vez, admitiu que fez diversas viagens de férias com a família e até havia comprado um Renault Sandero (apreendido) com parte do dinheiro. Ele estava em posse de apenas R$ 4 mil.

O Atacadão

Em nota, a rede do Atacadão informou que repudia integralmente a conduta do seu colaborador e dos demais envolvidos. A companhia ressaltou ainda que o fato é pontual e isolado e que não condiz com sua política comercial, em linha com a legislação vigente. “A empresa segue à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”, diz a nota.

Fonte: Correio do Estado