(Foto: Correio do Estado)
Mato Grosso do Sul contabilizou, no ano passado, queda superior a meio bilhão de dó- lares na receita com as exportações. O montante somou US$ 4,735 bilhões, 9,73% a menos que os US$ 5,245 bilhões totalizados em 2014. Essa variação é a menor desde 2006, quando a cifra recuou 12,6%, de acordo com a série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Em valores absolutos, o decréscimo é de US$ 510,382 milhões. Os produtos que mais pesaram na redução da receita com as vendas externas foram o minério de ferro (-70,49%), a carne bovina (-40,44%) e o couro de bovino (-17,18%). Em relação aos principais compradores, as maiores retrações foram apresentadas pela Argentina (-59,88%), Rússia (-66,35%) e Hong Kong (-40,60%). Os números de 2015 decorrem da queda do desempenho de importantes produtos, que sofreram reduções de preços e de volumes comercializados.
Dos dez principais itens da pauta sul-mato-grossense, sete apresentaram decréscimos na receita. As maiores quedas foram registradas pelo minério de ferro (-70,49%, de US$ 468,978 milhões em 2014 para US$ US$ 138,416 milhões em 2015), carne bovina (-40,44%, de US$ 583,778 milhões para US$ 347,719 milhões), couro de bovino (-32,01%, de US$ 139,763 milhões para US$ 95,031 milhões) e carne de frango (-17,18%, de US$ 314,543 milhões para US$ 260,490 milhões). A queda de receita foi atenuada, sobretudo, pela disparada nas vendas do milho. O volume embarcado do cereal dobrou em 2015 (2,868 milhões de toneladas) frente a 2014(1,415 milhões de toneladas). Com isso, mesmo com queda do preço médio de 8,21%, o valor resultante das exportações do grão cresceu 86%, de US$ 260,489 milhões (2014) para US$ 484,711 milhões (2015).
A soja também apresentou avanço de vendas (41,81%, de 2,430 milhões de toneladas em 2014 para 3,447 milhões de toneladas em 2015) e de receita (8,07%, de US$ 1,229 bilhão para US$ 1,328 bilhão). A diferença entre as variações de volume e valores das exportações se deve à queda de 23,79% do preço da oleaginosa. Além da soja e do milho, os outros três – celulose, carne bovina e açúcar – dos cinco principais produtos da exportação sul-mato-grossense também tiveram os valores reduzidos no mercado internacional. Considerando os preços médios de 2014 e de 2015, as quedas foram de 2,43% (celulose), 9,46% (carne bovina) e 16,47% (açúcar).
Mercados
Mato Grosso do Sul perdeu participação em importantes mercados durante 2015. Entre os dez principais compradores, a Rússia se destaca na redução da comercialização com o Estado. Os russos adquiriram, em 2015, US$ 127,469 milhões em produtos sul-mato-grossenses, 66% a menos que os US$ 378,763 milhões relativos a 2014. A Argentina aparece na sequência, com diminuição de 59,88% (de US$ 526,718 milhões em 2014 para US$ 211,293 milhões em 2015) dos valores destinados a Mato Grosso do Sul. Hong Kong (-40,60%, de US$ 210,850 milhões para US$ 125,255 milhões) também retraiu, acentuadamente, as importações do Estado.
Por outro lado, Mato Grosso do Sul alargou significativamente as relações com o Vietnã (alta de 92,51%, de US$ 88,314 milhões em 2014 para US$ 170,017 milhões em 2015) e Egito (46,15%, de US$ 84,268 milhões para US$ 123,157 milhões). A China, principal importadora dos produtos sul-mato-grossenses e de todo o Brasil, também elevou os valores destinados ao Estado. A alta foi de 12,55%, passando de US$ 1,48 bilhão em 2014 para US$ 1,66 bilhão no ano passado.
Balança
Com retração expressiva da importação, a balança comercial de Mato Grosso do Sul fechou positiva em US$ 1,312 bilhão. Os valores totais dos produtos importados foram de US$ 3,422 bilhões, 34,5% a menos que os US$ 5,237 bilhões de 2014. O montante com a aquisição de gás natural, principal produto importado pelo Estado, caiu 35,39%, de US$ 3,544 bilhões em 2014 para US$ 2,289 bilhões no ano passado.
Fonte: Correio do Estado