(Foto: fenatran.com.br)
São Paulo/SP – Num mundo de gigantes, todos pensam grande. Planos de expansão e exibições de força deram o tom da Fenatran 2013. Realizada de 28 de outubro a 1º de novembro no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, a 19ª edição do salão internacional do transporte reuniu 376 expositores de 15 países. Todos dispostos a impressionar um número estimado de 60 mil visitantes – em grande parte formado por empresários do setor de transportes. Mais uma vez, os extrapesados são a grande vedete do evento – afinal, o segmento promete movimentar mais de R$ 14 bilhões em vendas no Brasil em 2013. Cifras que atraíram novas marcas – como a holandesa DAF e a chinesa MetroSchacman –, que prometem tornar o confronto dos extrapesados cada vez mais duro.
Se o negócio é partir para a briga, exibir alguma “musculatura” pode ajudar a intimidar os adversários. Talvez por isso, alguns fabricantes deram destaque na Fenatran a modelos que poderiam ser chamados de “hiper-extrapesados”. São caminhões com capacidade para mover até 250 toneladas, destinados ao transporte de cargas grandes, pesadas e indivisíveis – como peças de hidrelétricas ou de plataformas petrolíferas, por exemplo. Torque e potência hipertrofiados são características comuns a esse gênero de caminhão Para atender esse subnicho, a Mercedes-Benz importou da Alemanha o Actros 4160 AK SLT, com tração 8X8, enquanto a sueca Scania valorizou a produção nacional do R Highline 620 8X4 na sua fábrica em São Bernardo do Campo. Já a Volvo pegou – literalmente – pesado. Trouxe da Suécia o FH16 750 – simplesmente o caminhão mais potente do mundo, com seu motor de 16 litros e 750 cavalos.
Também no segmento extrapesado, mas sem tanto exagero, as marcas MAN, Iveco e DAF exibiram suas novidades. Na marca alemã, o TGX 29.480 surgiu para mostrar como será o caminhão mais potente da linha, com seus 480 cv. A Iveco colocou as luzes mais fortes sobre o estiloso Hi-Way, o último lançamento da fábrica mineira de Sete Lagoas. E os holandeses da DAF comemoraram a apresentação do extrapesado XF 105 “made in Brazil”, o primeiro produto da unidade industrial de Ponta Grossa, no Paraná – é a primeira fora da Europa.
Mas, apesar de seu inegável prestígio, nem só de extrapesados vive o setor de transportes. Veículos menores é que dão capilaridade ao sistema de entregas, principalmente nas grandes cidades. O VUC – veículo urbano de carga – HD 78 e o furgão HR, produzidos em Goiás, foram os destaques da Hyundai. Nesse conceito urbano, além de mostrar os caminhões leves Cargo 816 e Cargo 1119, a Ford fez a “avant première” do novo furgão Transit, que será lançado no Brasil em 2014. Irá encarar a nova Sprinter, que acaba de ser lançada pela Mercedes. A Fiat apresentou os compactos de carga Uno Furgão e Fiorino, enquanto a Renault mostrou versões do furgão Master e comemorou as primeiras seis unidades vendidas no país da furgonete elétrica Kangoo Maxi Z.E. – adquiridas pela filial brasileira da FedEx.
Além de novos produtos, alguns aproveitaram para anunciar investimentos. A mais ambiciosa foi Mercedes, que avisou que pretende investir R$ 1 bilhão até 2015 em suas unidades industriais brasileiras, destinados a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e a nacionalização da linha de caminhões extrapesados Actros. Tudo com o assumido objetivo de retomar a liderança das vendas no Brasil, perdida há mais de uma década para a compatriota MAN/Volkswagen.
Disputando espaço com os fabricantes de veículos, muitos implementadores também rentabilizaram a Fenatran. A paranaense Noma apresentou quatro novas linhas de carretas: basculante em alumínio, basculante meia cana vanderleia, tanque inox e silo rodoviário. Já a gaúcha Randon expôs a sua Linha R, constituída de graneleiro, sider, frigorífico, furgão, carrega-tudo e basculante. A Temakeria Móvel, apresentada pelo Grupo VIC, e o Estúdio-Cozinha Móvel, da Truckvan, juntaram gente na hora do lanche. No setor de logística, um dos destaques foi a BgmRodotec. A empresa paulistana exibiu novas integrações do software para gestão de transportes Globus, que oferece acesso através de smartphones e tablets. Afinal, no setor de transportes, só a força bruta não resolve – é preciso haver inteligência por trás do negócio.
Fonte: Paulo Cruz – Assessoria de Imprensa SETLOG MS