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Inflação oficial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desacelerou no mês de agosto em Campo Grande e ficou em 0,25%, patamar inferior ao de julho (0,52%) e igual ao de junho, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado ontem. Os principais grupos de produtos responsáveis pelo recuo da taxa na Capital foram o de alimentação e bebidas, que teve queda de 0,76%; e o de artigos de residência, que inclui móveis, utensílios e aparelhos eletrodomésticos, com variação de -0,22%. Já o grupo transportes respondeu pelo maior aumento, 1,63%. Também tiveram altas expressivas por grupo despesas pessoais (0,57%) e vestuário (0,54%).
Apesar da aparente trégua dada no mês passado, no ano, a inflação acumulada é de 6,61%, acima do teto da meta estipulada pelo governo federal, de 6,5%, enquanto nos últimos 12 meses, o índice chega a 10,17%. De janeiro a agosto, conforme os dados do IBGE, o aumento do custo de vida em Campo Grande foi puxado por habitação (15,27%) e, entre os itens que compõem este grupo – encargos e manutenção e combustíveis e energia –, o último teve o maior peso, da ordem de 28,62%. Com segundo maior impacto, ficaram despesas pessoais (7,49%), grupo composto por serviços pessoais, recreação, fumo e fotografia; e na sequência alimentação e bebidas, com 7,11%. Já o grupo vestuário, que reúne roupas, calçados e acessórios, joias, bijuterias, tecidos e armarinhos, registrou deflação de -0,85% no acumulado do ano.
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Em agosto, o IPCA nacional ficou em 0,22%, inferior ao de julho (0,62%) e abaixo do registrado em agosto de 2014 (0,25%). Conforme o IBGE, é o menor índice para os meses de agosto desde 2010, quando registrou 0,04%. Com isto, o resultado do ano foi para 7,06%, bem mais do que os 4,02% de igual período de 2014. Em relação ao acumulado de janeiro a agosto, foi a taxa mais elevada desde 2003 (7,22%). Nos últimos 12 meses, o índice situou-se em 9,53%, próximo aos 9,56% dos 12 meses imediatamente anteriores. De julho para agosto, vários itens ficaram mais baratos, com ênfase para as passagens aéreas (24,90%), principal contribuição para que o grupo transportes ficasse em -0,27%, o mais baixo resultado de grupo. Em queda no grupo transportes, destacaram-se, ainda, automóveis usados (-1,03%), pneus (-1,00%), acessórios e peças (-0,96%). Em contrapartida, subiram os preços da gasolina (0,67%), do etanol (0,60%), do ônibus urbano (0,60%) e do automóvel novo (0,30%). No caso da gasolina (0,67%), segundo o IBGE, a pressão foi exercida principalmente por aumentos ocorridos nas regiões de Campo Grande (6,44%), Goiânia (3,59%), Curitiba (2,98%), Salvador (1,99%) e Vitória (1,00%).
Com exceção de Vitória, que apresentou queda de 1,71%, o etanol (0,60%) foi influenciado pelas mesmas regiões: Goiânia (9,47%), Campo Grande (9,12%), Curitiba (3,67%) e Salvador (2,67%). Já o item ônibus urbano (0,60%) foi influenciado somente pelas tarifas da região metropolitana de Belo Horizonte, em decorrência de reajuste do valor do serviço no mês passado. No grupo alimentação e bebidas (-0,01%), parte expressiva dos produtos pesquisados passou a custar menos de julho para agosto, destacando-se a batata-inglesa (-14,75%), o tomate (-12,88%) e a cebola (-8,28%). Já entre as altas destacadas estão a farinha de mandioca (4,40%) e o alho (2,74%). No grupo habitação (0,29%), a energia elétrica (-0,42%) apresentou queda, o que não ocorria desde março de 2014, quando ficou em -0,87%, refletindo a redução no PIS/ Cofins na maioria das regiões pesquisadas, conforme o instituto. Além da energia elétrica, o botijão de gás ficou mais barato em agosto (-0,44%) em função de quedas expressivas verificadas nas regiões de Recife (-4,27%), Campo Grande (-2,69%), Rio de Janeiro (-1,12%) e Fortaleza (-0,99%).
Por outro lado, outros itens do grupo habitação registraram alta, com destaque para a taxa de água e esgoto (1,07%), mão de obra e pequenos reparos (0,84%), condomínio (0,71%), artigos de limpeza (0,49%) e aluguel residencial (0,40%). Entre os grupos de produtos e serviços pesquisados, foi educação, com 0,82%, que registrou a mais elevada taxa no índice do mês, reflexo do resultado apurado na coleta realizada em agosto, a fim de captar a realidade do segundo semestre do ano letivo. Os cursos regulares tiveram variação de 0,78%, enquanto os cursos diversos (informática, idioma, etc.) apresentaram alta de 1,62%. No grupo despesas pessoais, a alta de 0,75% é explicada, principalmente, pelos itens serviço bancário (2,65%), cabeleireiro (0,86%) e empregado doméstico (0,53%). Quanto aos demais grupos, os resultados foram: artigos de residência, com 0,37%, vestuário, com 0,20%, e comunicação, com 0,14%. O IPCA, calculado pelo IBGE desde 1980, é referente às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e Brasília.
Fonte: Correio do Estado