Seminário no Mato Grosso do Sul destacou a relevância do Convênio de Transportes Internacionais Rodoviários (TIR) com autoridades sul-americanas

Em um evento que passou quase despercebido, o seminário intitulado “A utilização de instrumentos de trânsito internacional para a dinamização do corredor bioceânico” teve sua realização, nos dias 26 e 27 de outubro, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul no qual a IRU, o Ministério das Relações Exteriores e a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) se esforçaram para destacar a importância do evento por consequência da pouca adesão de empresários do segmento de transporte e logística.

Durante o evento, as autoridades presentes tentaram abordar a importância da “Rota Bioceânica” e o papel do “Convênio TIR” no desenvolvimento do transporte rodoviário internacional na América do Sul. O Ministro Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, agradeceu a presença dos poucos presentes e discorreu sobre a relevância da Rota Bioceânica para o transporte de cargas sul-americanas, bem como para o escoamento das matérias-primas brasileiras.

Ana Taliberti, consultora jurídica do TIR e Trânsito da IRU, também abordou o assunto em sua palestra, explicando como a IRU trabalha para tornar o comércio mais eficiente e seguro. Ela acredita que a implementação do TIR e do Corredor Bioceânico possa resolver alguns dos muitos desafios existentes uma vez que o TIR é um sistema unificador de legislações entre países para que tenham livre fluxo rodoviário de suas mercadorias.

Danilo Guedes, da NTC&Logística, enfatizou a importância do TIR e do Corredor Bioceânico em seu discurso, destacando o potencial de impulsionar o setor e fomentar a colaboração entre países.O evento contou com outras palestras sobre o TIR e a Rota Bioceânica, incluindo temas como a obtenção de certificação para transporte internacional e o funcionamento do TIR.

No segundo dia do evento, houve uma mesa redonda que permitiu uma discussão mais interativa entre os participantes e o público, mesmo que ainda pequeno. O objetivo era ampliar os tópicos abordados no primeiro dia e esclarecer dúvidas.

Registramos um notável progresso na Rota. A construção da ponte está em um estágio avançado, com aproximadamente 40% de conclusão. O governo brasileiro já licitou o acesso à ponte, e em breve teremos conhecimento do vencedor do processo. Além disso, o acesso do Paraguai à fronteira com a Argentina já está contratado e em fase de execução, e situações semelhantes ocorrem em outros projetos de infraestrutura rodoviária na Argentina e no Chile.

Com pesar, constatamos a ausência do público empresarial de transporte de cargas e logística, devido à falta de divulgação adequada. Entendemos que o passo crucial na trajetória da Rota Bioceânica é o aprimoramento da alfândega e da logística de mercadorias. É evidente que o modelo atual em vigor no Mercosul, nas fronteiras brasileiras e em outros países, se mostra insuficiente para conferir competitividade à Rota Bioceânica.

Nesse contexto, consideramos este seminário um passo essencial para discutir os procedimentos, em especial aqueles relacionados às aduanas. Essas discussões são de fundamental importância, pois nos permitem compreender as diretrizes e o arcabouço legal necessário para estabelecer um sistema alfandegário eficaz, ágil e seguro dentro do âmbito da Rota Bioceânica. Essa preparação é crucial para estarmos prontos para as oportunidades de crescimento do nosso estado.