Mais de cem atividades da indústria fecham vagas neste ano

(Foto: perfilnews.com.br)

Mais de cem atividades industriais acumulam, neste ano, saldos negativos na criação de empregos em Mato Grosso do Sul. São 121 segmentos, que, juntos, fecharam 8.193 postos de trabalho com carteira assinada, informou ontem o Radar Industrial da Fiems, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A indústria frigorífica de bovinos, em razão do encerramento de diversas plantas, foi o setor que mais pressionou o resultado negativo. Atividades da construção civil também se destacam no fechamento de vagas. Em um ano, encerrado em agosto, a indústria sul-mato-grossense extinguiu 13.297 empregos. O número de atividades que acumularam saldos negativos na relação entre contratação e demissão corresponde a 55,5% dos 218 segmentos industriais existentes em Mato Grosso do Sul. Além do abate de bovinos, também contabilizaram deficits expressivos na criação de empregos a construção de rodovias e ferrovias (-673), obras de engenharia civil (-623), construção de edifícios (-541), confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas (-315), fabricação de fogões, refrigeradores e máquinas de lavar (-294).

O cenário de retração foi amenizado, sobretudo, pelo abate de suínos e aves (saldo de 468 empregos), fabricação de açúcar em bruto (448), construção de obras de arte especiais (267), distribuição de energia elétrica (244) e fabricação de calçados (203). O baixo desempenho do setor industrial foi aprofundado desde o segundo semestre de 2014. No acumulado de 12 meses (encerrados em agosto deste ano), as indústrias sul-mato-grossenses contabilizam o fechamento de 13.297 postos de trabalho. Esse número é três vezes inferior que o dos 12 meses terminados em agosto de 2014, de -4.582 empregos. Na comparação com outras atividades econômicas, a indústria é que apresenta os piores resultados. O acumulado de 13.297 vagas extintas está muito acima do resultado dos demais segmentos. O segundo menor saldo, no mesmo período, foi do comércio (-157 vagas), seguido da administração pública (-7). Os outros setores apresentaram saldos positivos. O saldo acumulado de janeiro a agosto deste ano pela indústria (-4.582) também é o menor entre todas as atividades. Os demais deficits foram, da mesma forma, do comércio (-1.618) e da administração pública (-5).


Municípios

Em se tratando dos municípios, Campo Grande foi o que mais colaborou para puxar os resultados para baixo. Foram -1.756 empregos de janeiro a agosto. Na Capital, os piores desempenhos foram apresentados pelo frigorífico de bovinos (-501), construção de edifícios (-188) e construção de rodovias e ferrovias (-171). Na sequência, estão Três Lagoas (-1.085), Batayporã (-665), Paranaíba (-634), Nova Alvorada do Sul (-442) e Caarapó (-404). Os melhores resultados foram contabilizados por São Gabriel do Oeste (444), Angélica (251), Rio Brilhante (229), Maracaju (140), Nova Andradina (140) e Chapadão do Sul (133).


Contingente

Com número de demissões acima ao das contratações, a indústria perdeu uma posição (de segunda para terceira) entre as atividades econômicas que mais empregam em Mato Grosso do Sul. O setor industrial tem um contingente de 130,1 mil trabalhadores, queda de 3,4% em relação aos 134,7 mil empregados que havia até agosto de 2014. Hoje, a indústria responde por 19,9% de todo emprego formal de Mato Grosso do Sul, sendo superada pelo setor de serviços (194,7 mil ou 29,8% do total) e administração pública (130,36 mil empregos ou 20%).

Fonte: Correio do Estado