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A queda do desempenho da construção civil, setor que lidera as demissões em Mato Grosso do Sul, impacta sobre a receita do governo estadual. O valor recolhido de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) pelas empresas de construção totalizou R$ 3,4 milhões de janeiro a maio deste ano, quase três vezes menos que os R$ 9,2 milhões contabilizados em igual período de 2014.
O decréscimo de 65% corresponde, em números absolutos, a R$ 5,8 milhões. A informação é do secretário estadual de Fazenda (Sefaz), Márcio Monteiro. No total, o Estado arrecadou R$ 3,1 bilhões nos primeiros cinco meses de 2015, 13% a menos que o resultado do mesmo intervalo de 2014, de R$ 3,6 bilhões.
A redução da receita referente ao recolhimento do ICMS se relaciona a outros números apresentados pela construção civil, entre os quais está o da queda no ritmo de contratações. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), as empresas do setor demitiram 10.307 e contrataram 8.925 trabalhadores neste ano (de janeiro a abril, último dado).
Com isso, o saldo fechou negativo em 1.382 empregos. Em 12 meses, foram fechados 8.263 postos de trabalho. No ano passado, no mesmo comparativo, o saldo fora de 2.017 novos empregos. Nos primeiros quatro meses deste ano, o mercado de trabalho da construção civil de Mato Grosso do Sul tem encerrado apenas com saldos negativos (demissões em maior volume que as admissões): janeiro (-805 empregos), fevereiro (-1.036), março (-1.310) e abril (-1.382).
Para o presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso do Sul (Sinduscon-MS), Amarildo Miranda Melo, o cenário se relaciona ao volume menor de obras, sobretudo as relativas aos programas de Aceleração do Crescimento (PAC) e Minha Casa, Minha Vida (MCMV). “Estão ocorrendo muitos atrasos no pagamento”, informou Melo na semana passada em entrevista ao Correio do Estado. O presidente do Sinduscon acredita que o cenário de desemprego deve se agravar no próximo semestre. “Em julho e agosto, as demissões devem aumentar”, projeta.
REDUÇÃO
Com a retração do ritmo da construção civil e de outras atividades econômicas de Mato Grosso do Sul, a receita com o ICMS tem apresentado números relativamente baixos desde o início do ano. De janeiro a abril, a receita acumulada fora de R$ 2,264 bilhões, 12,5% abaixo do valor dos mesmos meses de 2014 (R$ 2,589 bilhões).
Essa redução se torna ainda mais significativa se considerados os desempenhos dos anos anteriores: na comparação entre os primeiros quadrimestres, a receita do ICMS cresceu 33% em 2014 e 15,3% em 2013. A situação se agravou em maio, alargando a diferença entre os valores acumulados (nos primeiros cinco meses deste ano e de 2014) para meio bilhão de reais.
Fonte: Correio do Estado