Rota Bioceânica: países tentam vencer burocracias

Cláudio Cavol, presidente do SetLog-MS, acredita que sonho está mais perto de se tornar realidade (Foto: Roberto Okamura)

Na Capital, autoridades tentam superar entraves para colocar projeto em prática

O sonho de uma rota viária entre Mato Grosso do Sul e o Oceano Pacífico pode se tornar realidade em três ou quatro anos. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira, dia 28 de julho, no primeiro dia do encontro técnico Corredor Bioceânico Rodoviário que está sendo realizado em Campo Grande, com a participação de autoridades de Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.

Outra boa notícia é que uma reavaliação das obras necessárias para consolidar o corredor fez cair o custo da infraestrutura. O caminho chave para Mato Grosso do Sul é a ponte rodoviária sobre o Rio Paraguai. Segundo informações divulgadas no evento, as obras necessárias para esta ligação já estiveram orçadas em R$ 900 milhões, mas a reavaliação derrubou o custo para  algo próximo de R$ 150 milhões.

Brasil e Paraguai já formalizaram um acordo para a construção da ponte internacional sobre o rio Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta (Paraguai). O investimento será dividido igualmente entre os dois países.

Segundo informações divulgadas por técnicos no seminário, o governo paraguaio pretende dar início às obras no ano que vem. Com a construção da ponte, partir de Porto Murtinho o corredor cruzará território paraguaio e argentino até alcançar os portos de Antofagasta, Mejillones e Iquique, no Chile. A partir da costa chilena, o objetivo é facilitar a penetração dos produtos do Centro-Oeste nos mercados asiáticos, importantes compradores em especial do setor agropecuário sul-mato-grossense.
Além de escoar a produção, a rota vai permitir a importação direta de insumos a preços mais compensadores. 

O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logísticas de Mato Grosso do Sul (Setlog-MS) Cláudio Cavol é um antigo militante da concretização do corredor bioceânico. Segundo ele, o seminário sinalizou que os países estão dispostos a vencer as burocracias e colocar as obras em prática. “Mais do que uma ligação física, precisamos garantir que esse corredor seja uma rota sem amarras burocráticas, permitindo a circulação ágil de mercadorias para exportação e importação”, analisa.

Ele cita que a implantação da rota vai impactar não só os setores produtivos e de transporte, mas toda a população que vive ao longo do corredor rodoviário. Com a Rota Bioceânica serão ligados comercialmente as cidade de Campo Grande, Porto Murtinho (Brasil); Carmelo Peral, Mariscal Estigarribia y Pozo Hondo (Paraguay); Misión La Paz, Tartagal, Jujuy, Salta, Sico y Jama (Argentina) aos portos da região de Antofagasta e Mejillones e ainda de Iquique e Arica. 

O primeiro dia do evento realizado no Hotel Deville Prime contou com a presença de coordenadores nacionais, embaixadores da Argentina, Chile e Paraguai bem como secretários de Estado de Mato Grosso do Sul. O seminário segue nesta sexta-feira, 29 de julho, com mais painéis e debates sobre a implantação do corredor Bioceânico.

Fonte: Diário Digital