(Foto: Correio do Estado)

As empresas sul-mato-grossenses encerraram agosto com o terceiro deficit consecutivo em saldo de emprego com carteira assinada. São 3.791 postos de trabalho fechados de junho a agosto. Apenas no mês passado, as demissões superaram em 1.487 vagas as contratações, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado, ontem, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (Caged). O resultado é o pior para o mês em toda a série histórica do Caged, iniciada em 1992. Dos oito setores considerados no levantamento, seis contabilizaram, em agosto, saldos negativos. Indústria da transformação, comércio e serviços foram as atividades com os piores desempenhos.

Mato Grosso do Sul iniciou o ano com avanço no desemprego, fechando, em janeiro, 1.270 postos de trabalho. Nos quatro meses seguintes, os saldos foram positivos. De junho a agosto, no entanto, houve intensificação das demissões, contabilizando, no período, estes saldos: -236 em junho, -2.068 em julho e -1.487 em agosto. Com essa sequência de deficits, o resultado acumulado no ano voltou a ficar negativo no mês passado (-126). De fevereiro a julho, mesmo com os saldos baixos, os acumulados, no ano, haviam sido positivos. Em se tratando apenas de agosto, o fechamento de 1.487 empregos torna esse mês o pior para o período em todo o histórico do Caged. Houve saldos negativos em agosto de outros anos, mas não tão baixo quanto o do mês passado. Os deficits anteriores em agosto ocorreram em 1992 (-467), 1995 (-953), 1996 (-329), 1999 (-201).

Setores

Dos oito setores considerados pelo Caged, seis fecharam com saldos negativos: indústria da transformação (-720), comércio (-509), serviços -219), construção civil (-199), extrativista mineral (-28) e administração pública (-3). As empresas do setor industrial contrataram 3.176 e demitiram 3.896 trabalhadores no mês passado. Colaboraram, de modo mais acentuado, para que o volume de demissões fosse maior que o de contratações os segmentos da indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria (com saldo de -263) e indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecido (-211). No ano, a indústria de Mato Grosso do Sul acumula saldo negativo de 2.987 empregos. Em se tratando do comércio, tanto o varejista (-480) quanto o atacadista (-29) demitiram mais que contrataram. Durante este ano, o setor de comércio acumula, no Es tado, o fechamento de 1.618 postos de trabalho.

Municípios

Campo Grande apresentou o quadro mais crítico entre os municípios sul-mato-grossenses. A Capital fechou, em agosto, 738 postos de trabalho e acumula, neste ano, o deficit de 2.119 empregos. Também terminaram agosto com saldos negativos os municípios de Dourados (-416), Nova Andradina (-126), Paranaíba (-106), Naviraí (-89), Três Lagoas (-72) e Corumbá (-23).

Fonte: Correio do Estado