(Foto: beefpoint.com.br)
A família de Plínio Portioli, 53 anos, trocou a pecuária bovina pela suína e Ponta Porã por São Gabriel do Oeste. As trocas, na avaliação do produtor rural, foram acertadas. “O retorno é garantido”, afirma Portioli. Ele destina ao abate 2 mil dos 60 mil suínos abatidos na cidade por mês. Portioli e seus familiares contribuem para a composição de números, que colocam São Gabriel do Oeste em destaque na suinocultura estadual e nacional.
Com 20.874 animais, o rebanho do município é o maior de Mato Grosso do Sul e o 14º do País. Com a colaboração da produção suína, São Gabriel do Oeste responde pelo sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e a segunda maior renda per capita. Entre as lembranças da infância de Portioli está a criação de suínos em Icaraíma, pequena cidade do Paraná com 8,64 mil habitantes. “Nossa família se mudou pra Mato Grosso do Sul há cerca de 40 anos”, afirma. “A gente morava em Ponta Porã e há sete anos viemos pra São Gabriel do Oeste”, acrescenta.
Nessas mudanças de endereço, Portioli voltou à atividade da infância, a suinocultura. O produtor e seus familiares estão à frente de uma das 46 granjas de suínos existentes na cidade, número informado pela Prefeitura de São Gabriel. Esse volume corresponde a 78% das 59 granjas da região norte do Estado – há duas em Rio Verde, oito em Bandeirantes, uma Coxim e uma em Camapuã. Ainda segundo a prefeitura, a atividade emprega 2.300 pessoas, quase 10% da população da cidade (de 24.982 habitantes). Indiretamente, o segmento de suinocultura gera 4,6 mil empregos indiretos.
Crescimento
O retorno financeiro da suinocultura, além de garantido (em razão de contrato feito com uma indústria frigorífica), é mais rápido em relação ao da pecuária bovina, conforme avalia Plínio Portioli. O produtor afirma que, do nascimento ao abate, são necessários 170 dias em média em se tratando de suínos. “Agora, o bovino leva mais ou menos 24 meses para ser abatido”, compara. Na propriedade, de 68 hectares, trabalham Portioli com dois irmãos e suas famílias. Eles mandam para o abate 2 mil suínos por mês e, ainda neste ano, planejam dobrar este número. “Acredito que em dois meses já vamos aumentar pra 4 mil”, projeta.
O crescimento planejado por Portioli está em consonância com a trajetória de alta delineada pelo suinocultura da cidade. Em cinco anos, o rebanho de São Gabriel do Oeste aumentou 91%, de 106.509 (2010) para os atuais 203.874 animais, segundo a série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a cidade sul-mato-grossense subiu quatro posições entre os municípios com os maiores plantéis, chegando, hoje, ao 14º lugar. A segunda melhor colocação entre as cidades de Mato Grosso do Sul é de Glória de Dourados, que aparece em 36° no ranking nacional.
Riqueza
A suinocultura contribui para o avanço da riqueza de São Gabriel do Oeste. De acordo com o IBGE, o PIB do município era, em 2012 (último dado), de 872,614 milhões, o 18° maior de Mato Grosso do Sul. Considerando a renda per capita, a cidade sobe para o segundo lugar, superado apenas por Chapadão do Sul. Além disso, São Gabriel do Oeste é desenvolvido em relação à média nacional. De acordo com o Atlas Brasil 2013, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, São Gabriel do Oeste tem Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,729 – de 0,700 a 0,799, é considerado alto. Com esse índice, a cidade é a sexta mais desenvolvida de Mato Grosso do Sul.
Fonte: Correio do Estado