Setlog-MS alerta Ministério dos Transportes sobre gargalos logísticos de Mato Grosso do Sul

Nesta terça-feira (3), o presidente do Setlog-MS, Claudio Cavol, e o assessor da presidência, Dorival de Oliveira, participaram do 9º Encontro Regional do Plano Nacional de Logística (PNL) 2050, promovido pelo Ministério dos Transportes. O evento, realizado no auditório da Famasul, faz parte da segunda fase do programa estratégico que visa planejar, a longo prazo, a infraestrutura de transportes no Brasil.

Na abertura do encontro, Cavol chamou a atenção para o impacto direto da ineficiência logística na produção e no escoamento de mercadorias. “Todo dia nós temos 30% da frota brasileira parada, sem rodar, sem produzir, esperando na porta de uma grande cerealista, de um grande atacadista, de uma grande indústria. Não conseguimos quebrar isso; precisamos da ajuda das autoridades para que essa logística seja mais ágil”, pontuou.

Com o tema “Participação Social para Construção do Diagnóstico do PNL 2050”, o evento tem como objetivo reunir contribuições do setor público, da sociedade civil e de agentes produtivos para construir um diagnóstico técnico condizente com a realidade local.

Entre os principais desafios logísticos do Estado estão a falta de duplicação de rodovias federais importantes, como a BR-163 — em especial, a não duplicação total após a repactuação do contrato com a operadora da via —, a baixa qualidade da malha rodoviária estadual, a insuficiência de infraestrutura ferroviária para o transporte de cargas em larga escala e a ausência de terminais intermodais integrados.

Os representantes do Setlog-MS pontuaram ainda a necessidade de integração dos modais disponíveis no Estado (rodoviário e aquaviário), pois, com a ausência de participação desses modais e a falta de modernização dos portos brasileiros, o setor rodoviário de cargas fica sobrecarregado, causando o estrangulamento das operações de comércio exterior.

Foi abordado também o crescimento da safra sul-mato-grossense, em especial da celulose, que é um produto concebido desde a matéria-prima até sua industrialização, e cujos impactos nas rodovias do Estado não foram previstos, permanecendo estas inalteradas.

Além disso, a deficiência na manutenção de estradas não pavimentadas em regiões produtoras e a falta de investimentos contínuos e coordenados em logística dificultam o aproveitamento pleno do potencial do Estado como corredor de exportação, especialmente com a implantação da Rota Bioceânica.

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Texto e fotos: Ascom Setlog-MS