Valor do frete deve encarecer 10% em MS com alta do diesel

(Foto: baiaeconomica.com.br)

O aumento da carga tributária do diesel, que deve elevar em R$ 0,15 o preço do litro do produto no varejo, pressiona, ainda mais, a majoração do valor do frete em Mato Grosso do Sul.

Pela projeção do presidente do Sindicato das empresas de Transporte de Cargas e Logística de MS (Setlog-MS),Cláudio Cavol, a alta deve ser de 10% ou, até mesmo, acima desse patamar.

Ele considera, além do encarecimento do diesel a partir do próximo mês, o reajuste do combustível em novembro do ano passado, o início da colheita da soja e a defasagem do preço do frete.

Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou a elevação das alíquotas da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) que incidem sobre os combustíveis.

A projeção é que, com o aumento dos tributos, o diesel encareça R$ 0,15 por litro. Esses centavos se tornam expressivos no setor de transporte. Cavol afirma que a despesa com o diesel chega a representar, diretamente, metade da planilha de custo das transportadoras.

Além disso, de modo indireto, a alta do combustível impacta sobre outros tipos de custos, como pneus e óleo lubrificante, conforme acrescenta o presidente da Setlog-MS.

Esse não é o único fator de maior custo. O preço do frete subirá em MS em razão do encarecimento do diesel associado à demanda causada por colheita; projeção é de 10% Fatores da alta do frete em MS.

Cavol afirma que o reajuste de 5% do diesel pela Petrobras, ocorrido em novembro passado, ainda não foi repassado totalmente para o custo do serviço. ”A situação agora é diferente, porque estamos em plena safra, o que
não era o caso em novembro”, disse.

A colheita da soja, prestes a se iniciar, também estimula a alta do frete, em razão do aumento da demanda de escoamento do grão. Além disso, há, segundo o presidente, uma defasagem no preço do serviço.

A combinação desses fatores fomenta uma alta que pode passar de 10%, segundo projeção de Cavol. o aumento do valor do frete provoca uma inflação em cadeia, uma vez que os custos de produção e comercialização de produtos diversos são impactados pela despesa com transporte.

Cavol reclama que o preço do frete tem sido segurado pelo ingresso de profissionais de outros segmentos nas atividades de transporte.

Conforme ele, a facilidade no financiamento de caminhões, com linha especial do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES), estimulou investimento em transporte por pessoas sem experiência na área. “Médicos, dentistas, profissionais liberais, empresários começaram a comprar caminhões”, afirma. “Com isso, caiu a qualidade do segmento e aumentou os acidentes nas estradas”, acrescenta.

Outra consequência dessa situação é, segundo o presidente da Setlog-MS, o freio nos preços do frete. “Estamos, praticamente, com os mesmos preços há um ano e meio, dois anos”, reclama Cavol.“Nossa planilha de custo está no vermelho”, finaliza.

Fonte: Correio do Estado