(Foto: sindite.org.br)
Vendas do comércio varejista ampliado, medido pelo IBGE, cálculo que soma ao varejo as atividades de veículos, motos, partes e peças, e de material de construção, recuaram 5% em Mato Grosso do Sul, na passagem de março para abril, conforme dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados ontem.
O Estado seguiu a tendência das outras 26 unidades da Federação, que também registraram redução do volume de vendas no segmento, como resultado, entre outros fatores, da gradual retirada dos incentivos via redução do IPI, do menor ritmo na oferta de crédito e da restrição orçamentária das famílias, diante da diminuição real da massa de salários.
Ainda conforme o IBGE, o setor acumula, no ano, queda de 2% no Estado, enquanto em 12 meses encerrados em abril, as vendas fecharam em -1,2%. “Quando se observa o varejo ampliado, num momento de retração do consumo, são esses segmentos que vão ser cortados – veículos, motos e peças. Com base no histórico que temos de estudos [da PMC], embora o segmento da construção civil esteja em queda para o saldo de empregos, quando se olha para o material de construção, ainda não há esse movimento”, analisa a economista do Instituto Fecomércio MS, Regiane Dedé.
A analista destaca ainda que as taxas de juros para financiamentos estão altas, e o consumidor está mais consciente, prefere poupar para pagar à vista, em vez de fazer um compromisso de longo prazo. “É um reflexo do pró- prio nível de endividamento das famílias sul-mato-grossenses, atualmente em nível menor quando comparado a anos anteriores”, comentou.
Além disso, prosseguiu, também houve um “boom” de consumo muito grande nos últimos dois anos, e, quando há a compra do carro zero quilômetro, a tendência é que o comprador fique até três anos sem fazer grandes manutenções no veículo, o que também diminui a demanda por troca de peças.
VAREJO
Já quando considerado somente o comércio varejista (sem os demais setores, alguns deles fornecedores de produtos que também atendem ao atacado), segundo o IBGE, Mato Grosso do Sul teve variação positiva de 0,5% nas vendas em abril, quando comparado ao mês anterior. O índice foi o menor entre os cinco estados que registraram aumento de vendas no mês passado (os demais foram Acre, Roraima, Sergipe e Santa Catarina).
“Em Mato Grosso do Sul, foram anunciados investimentos no setor da indústria e há previsão de investimentos de R$ 30 bilhões; há ainda a agropecuária forte, que contribui para que os indicadores sejam bons. Mesmo que haja municípios passando por dificuldades, por causa da retração do consumo, em contexto geral, há uma situação favorável, em nível estadual. Há perspectivas para melhora no varejo de Mato Grosso do Sul; porém, o Estado não vai na contramão do cenário nacional, e essa melhora é esperada para o fim do ano, até porque dois dos empreendimentos com maior investimento no País estão aqui”, completou Regiane Dedé.
Fonte: Correio do Estado